Texto recente e inédito do premiado autor paranaense Mário Bortolotto, atualmente radicado em São Paulo, Brutal chegou ao Rio de Janeiro sob a direção de Paulo Hamilton, um dos integrantes da renomada Cia. Atores de Laura. O espetáculo também marcou a estréia profissional de Paulo Hamilton na direção teatral.
Brutal narra a história de um delegado de polícia que vai à procura da verdade diante de um crime brutal, cometido pelos fanáticos religiosos da “Legião Amor”. Os jovens integrantes dessa seita são pessoas vazias, apáticas, que seguem incondicionalmente os mandamentos de Estevão, um homem de carisma inegável, que prega a segregação racial e o amor livre entre os seus fiéis seguidores. Além de Estevão (Flávio Pardal), a “Legião” é formada por Laís (Gisela de Castro), sua mulher e braço direito; Trolha (Gláucio Gomes), seu leão-de-chácara; Bimba (Verônica Reis), uma garota de programa; Glória (Morena Cattoni), uma ingênua frentista de posto de gasolina; Toy (Lívia Barros), uma adolescente rebelde, e Sol (Mel Lisboa), uma hippie que está grávida de um negro.
Como em muitas peças de Bortolotto, Brutal desperta a crítica do público sobre a condição humana, as relações estabelecidas num mundo caótico, a solidão e as neuroses de cada um. O texto nos mostra a que ponto as pessoas podem chegar : gente vazia pode ser muito perigosa.
O espetáculo ficou em cartaz de junho a novembro de 2003 no Teatro Miguel Falabella, acumulando neste período um público de mais de 6.500 espectadores.
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